quarta-feira, julho 21, 2010

Exposição de fotografia em Luanda e Lisboa permite redescobrir o povo herero


Duas exposições do fotógrafo brasileiro Sérgio Guerra, em Luanda e em Lisboa, vão permitir redescobrir os hereros, povo banto que vive no Sul de Angola e que atravessou décadas de conflito mantendo os seus traços culturais. As duas exposições resultam das mais de 10 mil imagens e mais de uma centena de depoimentos que Sérgio Guerra registou em Julho e Agosto de 2009 quando viveu com os Hereros.

As exposições decorrerão em Luanda de 27 de Julho a 26 de Agosto, no Museu de História Natural, e em Lisboa de 19 de Agosto a 18 de Setembro, na Galeria Perve.

Distribuídos entre Angola - províncias angolanas do Cunene, Huíla e Namibe -, Namíbia e Botsuana, os Hereros, atualmente cerca de 240 mil, dedicam-se à pastorícia, são polígamos e semi-nómadas.


Na exposição de Luanda vai ser lançado o livro "Hereros - Angola", obra de 260 páginas que regista os cerca de dois meses de contactos de equipa do fotógrafo com aquele povo e que integra um CD de 18 faixas com cantos quotidianos, gravados ao vivo no campos, sem qualquer intervenção posterior que pudesse alterar a autenticidade dos registos.

Se Luanda marca o lançamento formal do livro, os hereros foram os primeiros a ver a obra, em Maio passado, numa acção que Sérgio Guerra, nascido no Recife, no estado brasileiro de Pernambuco, e que se tornou baiano por adoção, nos finais dos anos 1970, caracterizou à Lusa como "muito interessante". "Eles gostaram muito. Começaram a se enxergar dentro daquilo que a gente estava fazendo. Foi muito interessante. Acho que a melhor definição foram as palavras do soba (chefe tribal) Mutili Mbendula quando disse: Agora nós sabemos que é de verdade", disse Sérgio Guerra à Lusa.

O fotógrafo vive actualmente entre Luanda, Salvador e Rio de Janeiro, depois de a partir de 1998 ter iniciado vários programas de comunicação para o Governo Angolano, fixando com a objectiva da sua máquina um dos mais completos registos fotográficos das 18 províncias angolanas e das suas populações.

Fonte: Agência Lusa.